É tão chato quando uma pessoa acha que só ela faz as coisas, que os outros não se cansam, não fazem nada, que não sentem dores, que não tem sentimentos... Isso é chato, muito feio, muito ruim. Você tenta conversar e a pessoa não respeita seu tempo de falar, te atropela com as palavras, grita e mais NÃO ENTENDE O QUE VOCÊ FALA mesmo que você tenha repetido a mesma coisa 50 vezes!!!
Meu ombro está doendo demais, mas eu estou me segurando porque não tem jeito, não vai mudar nada eu reclamar. Sei que todos fizeram coisas e estão cansados também. Pegar ônibus, trem, andar meia hora e ficar esperando o trem sair, lutar por um lugar, ter o pé inchado por andar demais e mesmo assim ter que continuar dia após dia em uma coisa você nem ao menos queria fazer, enfrentar engarrafamentos e quando chegar em casa, após ter procurado os gatinhos, ter comido alguma coisa (porque teve que almoçar cup noodles porque não levou comida e estava com muita fome), ter posto o Gordo para comer e ter sentado no sofá e usar o computador depois de um merecido banho para tentar tem um pouco de conforto e ver se a dor alivia é quase um insulto se existe outra pessoa fazendo alguma coisa naquele exato momento que você chega para descansar.
Sei que todos estiveram ocupados, estão cansados mas também merecem um pouco de descanso. Na verdade, por não poder falar porque tudo que se fala é errado, a gente engole calado. Só dá vontade, às vezes, de chorar, chorar sem parar. Sair, correr para algum lugar desconhecido, onde ninguém te encontre, simplesmente porque você quer se apagar do espaço por alguns momentos.
Há dias que minha cabeça não para, que meu corpo dói, que estou cansada, cansada de verdade. O Rabie vai viajar, vamos ter que mudar de casa porque os dois não se intendem e no fundo dividem a mesma opinião, eu vou mudar de emprego para algo que não sei como será e terei que ficar separada dos meus filhos, que é o que eu menos queria na vida. Mas acho que a gente supera, assim como Deus não nos dá fardo maior do que aquele que possamos carregar.
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